terça-feira, 9 de outubro de 2012

PERDÃO




Perdão, uma palavra de apenas 6 letras que significa literalmente cancelar ou remir. Porém da mesma maneira que essa palavra é de fácil entendimento, ela é de difícil pratica e muitas vezes de interpretação.
O perdão na grande maioria das vezes vem junto com a palavra RESSENTIMENTO(que significa mágoa, que se guarda rancor). E esse é o ponto que o inimigo age com esses sentimentos transformando a vidas das pessoas em um mar de rancor. Com o mundo que temos hoje dizendo o quanto é fácil ter ressentimentos e muitas vezes até nos vingarmos na falsa esperança que podemos fazer justiça com nossas próprias mãos, um dos exemplos mais claro hoje é:
*Nina e Carminha: Novela da Rede Globo onde mostra a busca incessante de uma órfã em vingar a morte do pai a sua ex-madastra. A novela mostra ela buscando essa vingança a qualquer preço a busca de tudo e de todos.
Quem não perdoa não tem paz. Quem guarda mágoa no coração e nutre ressentimento na alma vive atormentado (Mt 18.23-35).
 Paulo, diz que a ira é uma porta de acesso que o diabo encontra para atormentar a vida de alguém.
"Quando vocês ficarem irados, não pequem". Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha, e não dêem lugar ao diabo.
Efésios 4:26-27
Quando uma pessoa agasalha a mágoa e o ressentimento no coração, tornando-se uma pessoa azeda, de ódio. O diabo assume controle de sua vida para lhe causar grandes danos. Jesus diz que o grande segredo para ministrarmos o perdão aos nossos devedores e aos nossos ofensores é reconhecer a grandeza do perdão que recebemos de Deus.

Creio eu que existe três tipos de perdão:
1º O perdão de Deus para conosco:
Para entendermos o significado desta palavra dentro do conceito bíblico de perdão, precisamos entender que o pecador é um devedor espiritual. Até Jesus usou esta linguagem figurativa quando ensinou aos discípulos como orar: "e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores" (Mateus 6:12). Uma pessoa se torna devedora quando transgride a lei de Deus (1 João 3:4). Cada pessoa que peca precisa suportar a culpa de sua própria transgressão (Ezequiel 18:4, 20) e o justo castigo do pecado resultante (Romanos 6:23). Ele ocupa a posição de pecador aos olhos de Deus e perde sua comunhão com Deus (Isaías 59:1-2; 1 João 1:5-7).
“Vejam! O braço do Senhor não está tão curto que não possa salvar, e o seu ouvido tão surdo que não possa ouvir.

Mas as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá. “
Isaías 59:1-2
A boa nova do evangelho é que Jesus pagou o preço por nossos pecados com sua morte na cruz. Quando aceitamos o convite para a salvação através de nossa obediência aos mandamentos de Deus, ele aceita a morte de Jesus como o pagamento de nossos pecados e nos livra da culpa por nossas transgressões. Não ficamos mais na posição de infratores da lei ou devedores diante de Deus. Somos perdoados!
O perdão, então, é um ato no qual o ofendido livra o ofensor do pecado, liberta-o da culpa pelo pecado. Este é o sentido pelo qual Deus “esquece” quando perdoa.
“Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados"
Hebreus 8:12
 Não que a memória de Deus seja fraca. Por exemplo, Deus lembrou-se do pecado de Davi a respeito de Bate-Seba e Urias muito tempo depois que Davi tinha sido perdoado (2 Samuel 12:13; 1 Reis 15:5). Ele liberta a pessoa perdoada da dívida do seu pecado, isto é, cessa de imputar a culpa desse pecado à pessoa perdoada.
"Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados.
Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa".
Romanos 4:7-8
É importante entender que o perdão de Deus é condicional. Deus perdoa livremente no sentido que ele não exige a morte do pecador que responde a seu convite de salvação, permitindo que a morte de Jesus pague a pena por seus pecados. Contudo, Deus exige fé, arrependimento, confissão de fé e batismo como condições para o perdão do pecador estranho (Marcos 16:16; Atos 2:37-38; 8:35-38; Romanos 10:9-10).
Sendo assim entramos no segundo tipo de perdão.
2º O perdão ao nosso próximo
"Assim como Cristo vos perdoou, perdoai também aos outros" Colossenses 3:13.
O perdão é também condicional para o cristão que peca. Os arrependimentos, as mudanças de pensamento, precisam ocorrer antes que o perdão divino seja estendido.
“Arrependa-se dessa maldade e ore ao Senhor. Talvez ele lhe perdoe tal pensamento do seu coração, “
Atos 8:22
Deus nos chama a perdoar assim como ele perdoa.
Quando alguém peca contra mim, ele se torna um transgressor da lei de Cristo. Eu o considero um pecador. Se ele se arrepende e pede para ser perdoado, eu tenho que perdoá-lo, isto é, libertá-lo de sua culpa como transgressor. Quando eu o perdoo, não o considero mais um pecador. Posso não ser literalmente capaz de esquecer o pecado que ele cometeu mais do que Deus literalmente "esquece" nossos pecados, mas preciso deixar de atribuir a ele a culpa pelo seu pecado. Deste modo, eu o liberto de sua "dívida"”
E se o pecador não se arrepender? Tenho que perdoar aquele que peca contra mim, mas não se arrepende? Talvez esta pergunta seja melhor respondida pelas palavras de Jesus:
Tomem cuidado. "Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe.
Se pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: ‘Estou arrependido’, perdoe-lhe".
Lucas 17:3-4

Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? "
Jesus respondeu: "Eu lhe digo: não até sete, mas até setenta vezes sete.
Mateus 18:21-22

Jesus indicou que o perdão deveria ser estendido quando o pecador se arrepende e confessa seu pecado. Precisamos também lembrar que Deus sempre exige arrependimento como condição de divino perdão. Deus não exige de nós o que ele mesmo não está querendo fazer.
Sendo assim podemos entrar no terceiro tipo de perdão.
3° Perdoarmos a nós mesmos
Quando nosso coração nos faz sentir culpados, ainda assim podemos ter paz diante de Deus. Ele é maior do que nosso coração e sabe todas as coisas. 1 João 3:20,
Compreendemos o perdão de Deus; chegamos até mesmo a perdoar os outros; mas, quando se trata de perdoar a nós mesmos. Tornamo-nos nosso próprio juiz e nos sentenciamos de maneira inflexível.

Creio que esse sentimento de culpa impresso nos corações é uma poderosa estratégia de Satanás. Ele sabe que os que são dominados por essas coisas, deixam de se relacionar com Deus de forma plena. Isso acontece também com cristãos! Alguns já foram tão intensos na comunhão com o Pai, na missão de servir, mas por algum motivo, chegaram a cair e desde então, nunca mais foram os mesmos: o fardo da culpa os reduziu a condição de infelicidade.

Somos “bombardeados” pelo dedo do acusador. Ele sabe atacar nossos pontos fracos, sabe que uma vida envolvida pela culpa pode ser mais facilmente dominada. Mas Deus nos deu o maravilhoso dom da graça e em Cristo Jesus somos agradáveis a Ele:

“Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade,
para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado.
Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus,
Efésios 1:5-7.

É claro que devemos nos esforçar e perseverar em fazer a vontade de Deus. Mas se falharmos não seja esse o motivo de permanecermos no chão. O perdão cura dias, meses, anos, vidas inteiras de pecado! Mas o perdão começa em nós. É quando reconhecemos que somos tão falhos quanto qualquer ser humano poderia ser e tão necessitados de Deus que a comunhão é o bem mais precioso a ser preservado. Tem um ditado que diz: “Santo, não é o que nunca se suja, mas o que se lava constantemente”. Esse “lavar” é relacionar-se com Deus, ser sincero com Ele e confessar a culpa na certeza de receber perdão.

Apóstolo Pedro é um exemplo grandioso de fraqueza humana e perdão de Deus. Ele tinha todas as boas intenções possíveis de agradar a Jesus e vendo que se aproximava Sua morte disse-lhe:
Respondeu Jesus: "Asseguro-lhe que ainda esta noite, antes que o galo cante, três vezes você me negará".
Mateus 26:34
Sabemos que Pedro abandonou e negou a Jesus, e esse “fardo” poderia ser motivo de perdição para Pedro:

“Então, prendendo-o, levaram-no para a casa do sumo sacerdote. Pedro os seguia à distância.
Mas, quando acenderam um fogo no meio do pátio e se sentaram ao redor dele, Pedro sentou-se com eles.
Uma criada o viu sentado ali à luz do fogo. Olhou fixamente para ele e disse: "Este homem estava com ele".
Mas ele negou: "Mulher, não o conheço".
Pouco depois, um homem o viu e disse: "Você também é um deles". "Homem, não sou! ", respondeu Pedro.
Cerca de uma hora mais tarde, outro afirmou: "Certamente este homem estava com ele, pois é galileu".
Pedro respondeu: "Homem, não sei do que você está falando! " Falava ele ainda, quando o galo cantou.
O Senhor voltou-se e olhou diretamente para Pedro. Então Pedro se lembrou da palavra que o Senhor lhe tinha dito: "Antes que o galo cante hoje, você me negará três vezes".
Lucas 22:54-61

Evangelho de Marcos, quando é relatada a ressurreição de Jesus, lemos que os anjos citaram a Pedro:

 “ Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro, que Ele vai adiante de vós para Galileia, ali o verão, como Ele vos disse” Vão e digam aos discípulos dele e a Pedro: ‘Ele está indo adiante de vocês para a Galiléia. Lá vocês o verão, como ele lhes disse’ ".
Marcos 16:7
Pedro deveria estar tão cheio de culpa, infelicidade, se considerando incapaz para exercer o chamado ministerial, que os anjos enfatizam seu nome como a dizer: “Pedro é especial para o Mestre Jesus, digam que Ele o perdoa e o quer com Ele”.

É assim que Deus faz conosco, Ele nos quer junto a Ele.
O pecado danifica as relações entre as pessoas como prejudica nossa relação com nosso Criador. A pessoa contra quem se pecou frequentemente se sente ferida, talvez irada pela injustiça do pecado cometido. O perdão é necessário para a cura espiritual da relação, mas precisamos preparar nossos corações para perdoar. Precisamos aceitar a injustiça do ferimento, a deslealdade do pecado, e ficarmos prontos para perdoar (observe os exemplos de Jesus e Estevão; Lucas 23:34; Atos 7:60). Mesmo se o pecador se recusar a se arrepender, não podemos continuar a nutrir a raiva, ou ela se tornará em ódio e amargura. Ainda que o pecador possa manter sua posição como transgressor por causa de sua recusa a se arrepender, seu pecado não deverá dominar meu estado emocional.
E se o pecador se arrepender? Como posso aprender a perdoar? Jesus contou uma parábola sobre um servo que devia uma quantia enorme (10.000 talentos) ao seu rei (Mateus 18:23-35). Ele era incapaz de pagar a dívida e implorou ao rei por compaixão. O rei perdoou-o por sua enorme dívida, mas este servo prontamente saiu e encontrou um dos seus companheiros servos que devia a ele uma quantia relativamente pequena e exigiu pagamento, agarrando-o pelo pescoço. Ainda que o companheiro de servidão implorasse por compaixão, o credor entregou-o à prisão. Quando o rei foi informado dos atos de seu servo incompassivo, irou-se e reprovou este servo, entregando-o aos torturadores até que ele pagasse totalmente sua dívida. É claro que estamos representados na parábola pelo servo que tinha uma dívida enorme. Não há comparação entre as ofensas que temos cometido contra Deus e aquelas que têm sido cometidas contra nós. Jesus observou que, justo como no caso do servo não misericordioso, o Pai não nos perdoará por nossas infrações se não perdoarmos nossos companheiros:
"Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão".
Mateus 18:35
“Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.”
Mateus 5:7
Para nos prepararmos para perdoar, precisamos lembrar que nós mesmos somos pecadores e necessitados do perdão divino (Romanos 3:23). No caso do cristão, Deus já lhe perdoou uma imensa dívida no momento do batismo. Quando nos lembramos da grandeza da dívida que Deus quer nos perdoar, certamente podemos perdoar aqueles que nos devem muito menos em comparação:
Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo.
Efésios 4:32

Conclusão:
Como a palavra diz: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”; amar como se fosse a você primeiro. Então, o amor e a misericórdia de Deus inundam sua vida e seu coração e estará sempre pronto para se amar e se perdoar e mesmo que o outro não te perdoe você também irá perdoá-lo. “Perdoarás o teu próximo como a ti mesmo”.
O milagre está em amarmos até perdoarmos, porque quando “se” ama, você perdoa facilmente e quantas vezes forem necessárias. O perdão é cura para o corpo e para a alma. Quando você perdoa você é curado! Por que você escolheu amar.
Aceite o perdão de Jesus e perdoe àqueles que o maltrataram causando mágoa e sofrimento.
Que seja um amigo....sua mãe...seu pai....seu marido...seu namorado...sua esposa...sua namorada.
Às vezes as pessoas falam e fazem algo em nossas vidas que nos magoamos, que ficamos chateados... E que muitas vezes achamos que o nosso mundo acabou.
Ou às vezes falamos coisas que não deveríamos, em momentos que não deveríamos falar e magoamos as pessoas. Nosso pior erro é achar que não magoamos, ou que o tempo faz passar as magoas.
Temos que entregar todo esse fardo pra Deus e Ele trará de volta a paz e a alegria em seu coração.

“Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados!
Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia!
Enquanto escondi os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer.
Pois de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; minha força foi se esgotando como em tempo de seca. Pausa
Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse: "Confessarei as minhas transgressões ao Senhor", e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Pausa
Portanto, que todos os que são fiéis orem a ti enquanto podes ser encontrado; quando as muitas águas se levantarem, elas não os atingirão.”
Salmos 32:1-6


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