quarta-feira, 3 de agosto de 2011

PROVÉRBIOS 5. 1-23
O livro de provérbios é conhecido pela maneira muito sábia e prática de nos ensinar a viver a vida em suas diversas áreas, com o objetivo de glorificar a Deus em tudo o que fazemos.
De modo muito claro, simples, e ao mesmo tempo profundo, esse livro vem nos apontar caminhos que agradam a Deus e nos abençoam e caminhos que não agradam a Deus e conseqüentemente não nos abençoam, não nos favorecem. Esse é o contexto do capítulo que lemos, que irá tratar de uma séria advertência contra a lascívia, mais conhecida como luxúria ou sensualidade.
Neste capítulo, Salomão nos apresenta de um lado o plano e o propósito de Deus com relação às formas de expressão da nossa sexualidade e as bençãos que desfrutamos quando vivemos no centro da vontade de Deus nesta área. E de outro lado as maneiras mais comuns que o ser humano encontra para vivenciar, para expressar a sua sexualidade na contra-mão da proposta de Deus e as repercussões que isto lhe acarreta.
Muito embora estes versículos nos apontem a situação de um homem sendo advertido contra o adultério, esta palavra é aplicável tanto a homens quanto a mulheres, tanto a casados como a solteiros, pois a todo o tempo neste texto, nos estarão sendo apresentados, caminhos, metas, e repercussões positivas ou
negativas pelas escolhas que fizermos com respeito às maneiras de vivenciarmos, de expressarmos a nossa sexualidade.
Assim eu quero convida-lo neste momento a olhar para si, a pensar em sua sexualidade e como você a tem vivenciado, como você a tem expressado, e refletir comigo sobre o seguinte tema: SEXUALIDADE - CAMINHOS, METAS E REPERCUSSÕES.
01) CAMINHO DAS ILUSÕES
Dos vs. 01 até os vs. 14, o texto nos aponta um caminho pelo qual o viajante adentra atraído pelas ilusões da sedução, sejam elas de ordem emocional ou sexual. Estas ilusões são representadas no vs. 03 como favos de mel e suaves como o azeite e fascinam este viajante a tal ponto dele ser descrito no vs. 20 como um
cego, alguém que não enxerga para além da fantasia, para além da paixão, do flerte, do êxtase, da embriaguez, da excitação, do desejo, do ardor e da febre dos próprios impulsos... alguém que não percebe que para além deste grande engodo o fim que encontrará será a triste realidade da amargura e da dor aqui
comparados no vs. 04, como o absinto e a agudez da espada de dois gumes.
A este viajante são dirigidos apelos não ao coração que está completamente deslumbrado e sedento de paixão mas à razão.
Veja o vs. 01.Isto porque uma pessoa seduzida não consegue sentir claramente. A Bíblia nos ensina que o nosso  coração é enganoso e em momentos de tentações atrozes como esta nosso coração brigará com a nossa razão e se dermos ouvidos aos nossos sentimentos e emoções e não a sabedoria do que temos ouvido e aprendido de Deus, da sua palavra e de pessoas que nos conhecem e nos amam e querem o nosso bem, percorreremos um caminho cujo fim será a desgraça. Tanto é assim que ao viajante deste caminho é dirigido um paralelo no vs. 06 de que aquela que o seduziu e que é a sua meta, o alvo da sua caminhada, ela
não pondera, não avalia, não raciocina sobre a vereda ou o percurso que ela mesmo faz, que anda errante e sequer o sabe, e que se ele escolher continuar a segui-la e persegui-la terminará os seus dias como ela, veja o vs. 05.
O profeta Jeremias em seu livro no capítulo 2.5 nos fala daqueles que se afastaram de Deus e entraram por um caminho seguindo a nulidade dos ídolos e se tornaram nulos como eles. Igualmente, o profeta Oséias 9.10 adverte que o povo de Israel era tido por Deus como uvas no deserto e como as primícias da figueira nova, mas por terem seguido a Baal-Peor, por terem como meta a vergonhosa idolatria se tornaram abomináveis como aquilo que amaram.
Se você adentrar por este caminho você se tornará como aquilo que te fascina, você se tornará como a meta que persegue. É por isso que a este viajante o sábio exorta veementemente, nos vs. 07 e 08, a que lhe dê ouvidos, que não se desvie, que se afaste, que sequer se aproxime da porta da casa desta ilusão sedutora, pois do contrário o risco de sofrer perdas será inevitável.
Quais são as perdas?
- Vs. 09 - Perda da honra, da credibilidade, da reputação.
- Vs. 09 - Perda da juventude ou do vigor podendo ainda estes “anos” serem percebidos como um tempo, pessoas e relacionamentos que se perderão e não voltarão mais.
- Vs. 10 - Perda de bens e de frutos do trabalho.
- Vs. 11 - Perda da paz de espírito representada por um adoecimento emocional, espiritual e quem sabe até mesmo físico.
– Vs. 14 - Perda da discrição, vs.14, indicando a publicidade da situação em meio a igreja.
Se você entrar por este caminho, perseguindo a meta do que te fascina, seduz atrai e ilude, você desfrutará destas repercussões.

02) CAMINHO DAS POSSIBILIDADES
Do vs. 15 a 19 o cenário deste texto muda radicalmente.
Após exortar o viajante, tal como a um filho sobre os fascínios e desventuras do caminho das ilusões, o sábio começa agora a demonstrar a existência de um outro caminho no qual ele possa expressar a sua sexualidade e desfrutar das bençãos decorrentes desta opção. É o caminho das possibilidades!
As possibilidades, vs. 18 e 19, de vida (representada pelas águas), das bençãos, (bendito), das alegrias, dos amores, das gentilezas (graciosidade), da saciedade em todo o tempo, e até mesmo do êxtase, aqui comparado aos efeitos de uma embriaguez.
E novamente ressalto, esta palavra serve para homens, mulheres, casados e solteiros, pois podemos interpretar especialmente dos vs. 15 e 16, que estas possibilidades são para todos aqueles que entendem e acolhem a vontade de Deus com respeito ao compartilhamento sexual através do contexto do
casamento monogâmico e heterossexual e que resolvem pagar o preço por aguardar até este momento, para a partir daí iniciar uma caminhada cujo alvo, cuja meta sejam estas possibilidades.
E porque possibilidades se tais circunstâncias já se revelam como promessas abençoadoras para os viajantes que escolhem por este caminho? Porque mesmo depois de feita a escolha é necessário ainda um concurso de atitudes nossas com Deus para desfrutarmos destas bençãos.
É por isto que Deus na sua sabedoria incomum passa a estabelecer uma série de metáforas nos versículos 15 a 18 a fim de nos ensinar como a cada dia podemos estar tomando posse destas promessas e transformando estas possibilidades em realidades do nosso percurso.
A 1ª metáfora, (vs. 15), diz respeito às cisternas ou aos poços.
Cisternas e poços tem a mesma conotação: São reservatórios, estruturas que conservam as águas.
Disto podemos entender que esta metáfora diz respeito exclusivamente aos casados, sendo as cisternas e os poços comparados a estrutura do casamento e as águas ao conteúdo, a tudo aquilo que envolve a vivência, a expressão de uma sexualidade viva, refrigerante, renovadora e real que um casal pode desfrutar no caminho das possibilidades em contraste com a expressão de uma sexualidade falsa, vazia, superficial e capenga do caminho das ilusões.
Estava lendo alguma coisa na internet sobre construção e manutenção de cisternas e descobri que uma cisterna ou um poço para garantir um padrão de potabilidade ideal da água, não oferecendo riscos à saúde daqueles que se utilizam dela, deve seguir alguns critérios, entre eles p.ex.:
   Localização: longe de lixões, canais, fossas ou poluição que coloque em risco a qualidade da água e comprometa a estrutura da cisterna.
   Limpeza: alguma periodicidade, para não misturar a água das chuvas passadas com as novas.
Penso que numa relação conjugal estas coisas também mereçam ser consideradas. Nosso casamento, nossas cisternas, nossos poços, devem ser construídos longe de circunstâncias que coloquem em risco a nossa relação, o nosso compartilhamento íntimo, emocional e sexual, sob o risco de ficarmos sem água ou de a bebermos de modo contaminado.
Igualmente não deve faltar o perdão no seio do casamento funcionando como agente de limpeza poderoso dos nossos relacionamentos. De igual modo, o fato de termos uma cisterna não quer dizer que apenas nos
lembraremos dela para beber suas águas. 1 Coríntios 13.5 nos recorda que o amor não procura os seus interesses.
Precisamos estar sempre atentos aos cuidados, aos investimentos para que sempre haja água e de boa qualidade, água corrente, vs. 15, e é interessante falarmos de correntes em poços, pois geralmente a impressão que temos é que poço é lugar de água parada, sem vida, sem graça, entediante, mas você sabia
que os poços artesianos quando abertos em profundidade, a água pode vir a subir naturalmente sem o auxílio de bombas?
Como você trata seu casamento, seu cônjuge, sua sexualidade... Com superficialidade ou com profundidade? Seu casamento é lugar de água parada ou de água corrente?
Mas temos outra metáfora aqui, agora aplicada aos solteiros, vs. 16, a metáfora das fontes.
Adolescente, jovem, solteiro, divorciado ou viúvo: o compartilhamento sexual é um aspecto da sexualidade que Deus quer que você desfrute no contexto das cisternas, ou seja do casamento monogâmico e heterossexual e para isto você precisa cuidar das suas fontes, do seu coração.
Provérbios 4.23 nos diz que “sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.”
Igualmente Mateus 15.19 nos instruem que “do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” e que são estas coisas que contaminam o homem.
Num mundo em que a promiscuidade e a liberação sexual são tão incentivadas precisamos estar atentos ao propósito de Deus com respeito a nossa vida nesta área.
A que ou a quem você tem destinado as fontes do seu coração? Você está no grupo dos que acham que ainda tem controle da situação ou no grupo dos que já perderam o controle total de suas emoções e práticas na área da sexualidade? Ressalto: o caminho das possibilidades, que podem se transformar em realidades, é para aqueles que entendem e acolhem o propósito de Deus nesta área em suas vidas.
03) CAMINHO DA CRUZ
Por fim, há um último caminho a ser considerado neste texto, um caminho que não exclui o das possibilidades, mas, pelo contrário, o permite: o caminho da cruz!
Vs. 21 nos assegura que “os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele considera todas as suas veredas.”
O texto nos diz que os caminhos do homem, os caminhos humanos, estão perante os olhos do Senhor e ele considera TODAS as suas veredas. Deus considera, Deus vê, Deus se importa! Ele examina atenta e
demoradamente estas veredas para intervir em nossa história, em nossa vida, em áreas tão íntimas como estas, para na qualidade de um Pai amoroso e zeloso pelo bem estar de seus filhos trazer-nos, através deste capítulo, da Sua palavra, um diálogo importantíssimo com respeito a realidade de ambos os caminhos e a esperança de fazermos e mantermos a escolha certa.
Sendo nosso Criador e Pai, Deus porém sabe, mais do que ninguém que sozinhos, pela nossa própria força e risco, nunca teremos condições de fazermos e/ou bancarmos a escolha certa, por mais bençãos e recompensas que Ele apresente no caminho das possibilidades ou por mais claro que Ele seja sobre as desgraças e desventuras que acompanham o caminho das ilusões.A verdade é que mesmo cientes das repercussões negativas em nossas vidas e nas vidas das pessoas que nos amam e nos cercam, ante a carnalidade de nossa natureza, nós sempre optaremos pelo pecado!
Agostinho (Sola Gratia, R.C. Sproul, Editora Cultura Cristã)ensinava que “sem a graça, a criatura carece da capacidade de escolher a justiça. Ela está sujeita aos seus próprios impulsos pecaminosos. Para escapar dessa sujeição, o pecador precisa ser libertado pela graça de Deus!”. E é neste ponto, considerando a debilidade das veredas humanas é que Deus nos aponta para o Único que pode nos redimir deste terrível destino: JESUS CRISTO!
O Evangelho de João 14.6 nos assegura que: JESUS É O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA...
Em JESUS podemos ser libertos desse terrível destino descrito nos vs. 22 e 23: prisão, detenção, ausência de vida, de sanidade, de direção, de constância.
Deus na sua misteriosa graça não se limita a considerar ou apontar caminhos nos premiando por seguirmos este ou nos amaldiçoando por seguir aquele.
Deus se encarna como O próprio caminho a ser pisado por nós. Ele é a porta de acesso, Ele é o próprio caminho, NEle podemos fazer escolhas e vivermos por elas, nEle deve estar a nossa meta inicial e final e todas as nossas motivações!
Em JESUS podemos dizer não ao pecado por mais sedutor que ele se apresente e bancar o nosso não!
Em JESUS podemos ter casamentos transbordantes de vida e de plenitude inclusive na área sexual!
Em JESUS podemos aguardar até o casamento para desfrutarmos das bençãos e alegrias sexuais reservadas para nós!
Em JESUS podemos ser libertados dia a dia das prisões da nossa alma, dos nossos sentimentos, desejos, pensamentos e atitudes!
Em JESUS podemos ser livres da culpa e do poder do pecado, confiantes e consolados que um dia seremos totalmente livres da presença do pecado!
JESUS, autor e consumador da nossa fé: O caminho, A meta, A repercussão inclusive na sexualidade!
Isto faz sentido para você?
Esta palavra arde em seu coração?
Eu quero desafia-lo hoje:
a) Se você, casado ou solteiro, divorciado ou viúvo, tem se deixado levar pelo caminho das ilusões, eu quero desafia-lo a arrepender-se, a confessar o seu pecado diante de Deus, pedir o perdão e buscar a
libertação deste caminho, das metas que você tem perseguido e das repercussões que você já possa ou poderá vivenciar.
b) Se você casado, obedeceu ao Senhor fielmente e está no caminho das possibilidades, mas não compreende porque seu casamento não deslancha, porque tantas dificuldades na relação com seu cônjuge,
quero convida-lo a clamar a Deus por cura, por restauração para que as possibilidades possam tornar-se em realidades. Peça a Deus, não para mudar seu cônjuge mas para mudar você, para Ele te encorajar a
começar hoje a doar-se ao seu companheiro a sua companheira em diálogo, carinho, compreensão, a investir no cuidado de sua cisterna.
c) Você solteiro, divorciado ou viúvo, crê no propósito de Deus com relação a sua sexualidade, mas tem enfrentando grandes lutas para cumpri-lo, quero desafia-lo a orar ao Senhor agora, a ser franco com Ele
e buscar cura nas fontes, nas saídas do seu coração.
d) Você visitante que não entregou ainda a sua vida a Jesus Cristo, quero desafia-lo a fazer isto nesta noite, entregando todas as áreas do seu coração a Ele, inclusive a área sexual. Jesus te ama e Ele tem planos para você inclusive nesta área.


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