terça-feira, 9 de agosto de 2011

Os planos de Deus

Como adorar a Deus

Para adorar Deus em espírito e em verdade não é necessário conhecer o plano de salvação que Ele concebeu e executou, mas sim conhecer a Sua essência. Conhecer quem Ele é! E ponto final.

Mas esta sede de conhecer a Deus, quando é saciada por meio de entendimento leva-nos a um cansaço sem fim. É um jugo pesado que nós mesmos nos impomos e cuja carga de frustração vai ficando cada vez mais insuportável. E isso por vontade do próprio Pai (Mt 11:11:25,26). Mas quando deixamos esse caminho e vamos a Jesus e tomamos sobre nós o jugo que está sobre Ele, então Ele nos alivia dessa canseira e sobrecarga e passa a nos revelar quem é Deus, revelando-se Ele mesmo a nós: “E quem me vê a mim vê aquele que me enviou” (Jo 12:45). Veja Mateus 11:27-29

E para conhecer Deus necessitamos conhecer Jesus, aprender a respeito do Seu caráter e atributos. E isso só é possível quando Jesus nos ensina pessoalmente, revelando-se em nosso coração. Quando permitimos que Jesus, fazendo do nosso coração o Seu santuário, habite e cresça em nós (e nós diminuamos). Dessa forma passamos a adorar ao Pai em espírito e em verdade, isto, por meio das boas obras que Ele executa na terra por meio de nós. É Ele quem executa e não nós. “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5:16). Isto é adoração verdadeira.

O Plano de Deus para a nossa salvação é perfeito e foi executado em todos os seus detalhes, com perfeição. Já está consumado e a salvação nos foi concedida de graça, não por obras humanas, para que ninguém se glorie. Assim, as nossas obras, mesmo aquelas que sejam voltadas para buscar a Deus não podem nos salvar. A busca da face de Deus serve para nos alegrar e nos fazer crescer espiritualmente e assim sermos cheios do Espírito Santo, sermos transformados em varões perfeitos, crescendo dia-a-dia até chegarmos à estatura do varão perfeito, Jesus Cristo!

Este jugo, amado, é suave e o fardo transportado é leve. Você será um verdadeiro conhecedor do caráter e virtudes de Deus (porque elas são manifestas em você) e portanto poderá adorá-lo verdadeiramente, tal como Jesus é adorador do Pai. Leia e medite mais em Mateus 11:25-30.


O Plano de Deus para o homem

Os anjos não eram desprovidos de livre arbítrio. Antes da queda eles tiveram opção de escolher amar a Deus ou não, tal como nós, os homens, estamos tendo neste momento. Este é o tempo dedicado à escolha do homem.

Não foi Deus quem criou o mal e o colocou no coração do querubim e anjos que o seguiram (Is 45:7). O que Deus fez foi simplesmente criar as condições para que o mal existisse, se porventura fosse manifesto na Sua criação. Da mesma forma, o inferno é uma manifestação da misericórdia de Deus para com aqueles que não suportam a Sua presença e decidiram não obedecer às suas leis de amor. Para essas almas e demais criaturas, Deus criou um local onde as Suas leis não terão efeito sobre elas e elas poderão dar livre vazão às suas maldades, umas para com as outras. Por isso ele será um local de trevas, choro e ranger de dentes.

E um dia o mal apareceu pela primeira vez (Ez 28:15). Quanto tempo Deus esperou o arrependimento do querubim? Pode ter sido por milhões de anos pois ele teve tempo para arregimentar a terça parte dos anjos.

Há um texto que corre na internet que expressa bem essa questão do mal: “O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz”

Santo Agostinho escreveu certa vez: “Deus, soberanamente bom, não permitiria de modo algum a existência de qualquer mal em suas obras, se não fosse poderoso e bom a tal ponto de poder fazer o bem a partir do próprio mal””. E Santo Tomás de Aquino completou: “Assim, à infinita bondade de Deus pertence permitir males para deles tirar o bem”.

Portanto, a existência do pecado e da morte na criação de Deus resultará em grande bênção, pois onde abundou o pecado, superabundará a graça.

Não foi coincidência a criação do homem justamente onde Lúcifer e seus anjos estavam desterrados, é claro, pois isso significaria que Deus não planejou tudo desde o princípio. A Bíblia dá a entender que a terra, antes da queda era maravilhosa, esplendorosa, perfeita, rica em pedras preciosas. Mas, com a queda do querubim, ela tornou-se sem forma e vazia. Possivelmente foi nessa era que os dinossauros foram dizimados, bem como outras criaturas existentes. Por quanto tempo ela permaneceu assim, não sabemos, mas devem ter sido milhões de anos. E o Espírito de Deus pairava por sobre a face do abismo, até o momento oportuno.

A árvore que Deus colocou bem no meio do jardim do Éden era da vida somente. Não era árvore da morte. A morte veio por causa da desobediência e não por causa do fruto da árvore. Morte, amado, significa “separação”. A morte física é a separação entre a alma e o corpo. A alma parte, o corpo morre. A segunda morte, que é aquela que devemos temer, é a separação entre a alma e Deus (Mt 10:28).

Adão teve, desde o princípio, o direito de escolha, que é um dom maravilhoso que o Senhor nos concede. E isso é necessário, para que fique provado que o homem ama a Deus por livre escolha, assim como a maior parte dos anjos.

Deus é justo, amado, e não podemos acusá-lo de ter montado uma armadilha para Adão (e consequentemente, para nós também). Quando Adão viu a “serpente” seduzindo Eva ele nada fez, seja contra a serpente, seja demovendo Eva. Ficou observando. E quando ele viu Eva comendo e nada lhe acontecendo, o que terá passado no coração dele? Ele fez sua própria escolha.

Deus não destruiu Lúcifer para que ficasse provado aos exércitos celestiais que todas as chances foram dadas a ele, inclusive essa última: a redenção por meio de Adão. Eu creio que se ele tivesse se achegado a Adão e tivesse orientado-o a obedecer Deus sempre, ele teria tido mais uma chance de redimir-se. Mas não, ao contrário, ficou provado definitivamente, que o mal estava entronizado em seu coração e a rebeldia era parte intrínseca em seu caráter. Poderíamos dizer que a colocação do homem justamente onde Lúcifer estava, isto é, na terra, foi uma espécie de “sataneira” (ratoeira para Satanás).


Os dois princípios

No mundo só existem dois princípios:
  1. o princípio da luz (representado por Jesus) que é humildade, submissão, dependência do Pai e que tem como consequência a vida eterna;
  2. o princípio das trevas (representado por Satanás) que é soberba, rebeldia, independência e consequentemente, morte eterna
Não é o pecado de Adão que leva o pecador ao inferno, mas a rejeição a Deus. Jesus viveu como homem, em condições infinitamente piores do as de Adão e no entanto, nunca pecou. Jesus veio para o pecador e não para os justos. Todo aquele que é escravo do pecado (peca porque tem a natureza pecadora) tem a opção de escolher uma nova natureza. Basta abrir seu coração e deixar que o Senhor o transforme. Mas muitos são hipócritas, porque dizem que querem serem transformados mas amam mais ao mundo do que ao Senhor. Dizem ter Jesus, mas andam segundo as inclinações da carne, a concupiscência dos olhos, a soberba da vida.

Adão também teve sua opção de arrepender-se, assim como todos os seus descendentes depois dele. Se ele aceitou ou não, isso não posso afirmar.

De fato, é bem simples mesmo o plano de Deus, ao mesmo tempo que é grandioso e perfeito. A existência do mal na criação foi permitida por Deus para que assim Ele pudesse revelar-se à sua criação: sua essência, seu caráter, sua santidade. Paulo diz que Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5:8).

Repetindo o que disse antes: os anjos tiveram sim opção de escolher entre amar a Deus ou não. Muitos escolheram rejeitá-lo.

O que você chama de condenação eterna é a própria escolha do homem. Ele é quem não quer a presença de Deus. Ele é quem não suporta Deus. Ele não quer amar Deus. Deus ama o pecador e sempre o amou. Deus deseja ardentemente a salvação dele, fez tudo o que precisava para a sua salvação, inclusive dando o Seu Filho único, amado, em holocausto. Mas o pecador não quer Deus. Rejeita todas as mensagens de arrependimento que lhe são pregadas. Rejeita até o fim. Fazer o que?

Uma vez que o homem rejeitou o perdão de seus pecados, ao chegar o fim de seu tempo em carne, não haverá mais solução para ele. A opção por viver separado de Deus é definitiva e eterna. A Bíblia diz que haverá um tempo em que todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, mas para os mortos em rebeldia essa confissão não lhes trará a salvação, pois o tempo deles terá passado.

Para finalizar, te recomendo a leitura do livro “As Eras Mais Primitivas da terra”, de G. H. Pember, Editora dos Clássicos, onde ele mostra que a terra não foi criada sem forma e vazia, que esse estado foi resultado da rebelião de Lúcifer.

Que o Senhor te abençoe ricamente, não com conhecimento intelectual de Deus, mas com o pleno conhecimento de quem é Jesus Cristo, vivo, morando em você.

José Adelson de Noronha

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