Pentateuco:
Introdução ao Livro de Números
Este livro dá a história de Israel depois de sair do Egito e os anos que gastou no deserto de Parã por causa da sua incredulidade e infidelidade. Este livro começa contar a história de Israel um ano e um mês depois da saída do Egito. Veja Êx. 12:2, 40:2 e 17, Nú. 1:1. Então, o livro de Números aconteceu durante 38 anos e uns meses. Dt. 1:3 diz que foi 40 anos desde a saída do Egito até a entrada na terra de Canaã. Veja também o que diz em Jos. 4:19; que entraram em Canaã no primeiro mês do quadragésimo primeiro ano depois da saída do Egito.
O livro, leva este nome (números) Porque por duas vezes o povo de Israel foi numerado ou contado. No cap. 1: 2-3, Deus mandou tomar a soma dos homens de 20 anos para cima que podia sair à guerra. Porque foi contado? Porque iam entrar em Canaã para conquistar a terra. A primeira vez a soma deu 603.550 homens (1:46). Deus mandou tomar a soma a segunda vez em 26:2. Esta vez deu a soma de 601.730 (26:51). A segunda vez deu menos do que a primeira vez. A primeira vez foi da geração velha que saiu do Egito e morreu no deserto, a segunda vez foi da geração nova que entrou na terra de Canaã. Notou que a soma da segunda vez deu menos do que a da primeira vez? Isto mostra o resultado de não obedecer e seguir o Senhor.
Nisto podemos ver a severidade e bondade de Deus. Na geração velha (que saiu do Egito) vemos a severidade de Deus, a justiça de Deus e a inflexibilidade da Palavra de Deus. Porque o povo não obedeceu a Deus e sua Palavra, e por isso sofreu a correção. Esta geração toda (menos Josué e Calebe) morreu no deserto por causa da sua incredulidade e infidelidade. Na geração nova (que nasceu no deserto e de 20 anos para baixo) vemos a bondade de Deus e a fidelidade infalível de Deus em cumprir a sua promessa e propósito ao seu povo para dar a terra prometida a eles. Veja I Cor. 10: 1-12.
Podemos dividir o livro em 3 partes:
1. A Geração Velha, 1-14. 2. O Povo de Deus no Deserto. 15-20. 3. A Geração Nova. 21-36.
A Primeira Divisão do Livro - Números. 1-14.
A Geração Velha
A primeira divisão é dividida em três divisões:
1. A Numeração. 1-4. 2. A Condição Interior do Povo de Israel. 5:1-10:10. 3. A viagem para Canaã. 10:11-14:45.
1. A Numeração.1-4.
Os homens de guerra numerados. 1. Porque Israel ia entrar na terra de Canaã e lutar para conquistar os inimigos; então, era para saber quantos homens de guerra tinham, para que depois pudesse recrutá-los para fazer um exército.
Os levitas não foram, pois foram reservados para a obra do tabernáculo exclusivamente (v. 47-51).
Podemos usar isto para mostrar que fazemos parte do exército espiritual do nosso capitão Jesus Cristo. Somos os soldados dele para lutar contra os inimigos da cruz. Para fazer parte do exército de Israel os homens tinham que provar a sua descendência de Israel ou não podiam fazer parte do exército de Israel (1:18). Não foi para os estranhos e não judeus. O exército do nosso capitão Jesus Cristo é só para os salvos de verdade, que tem prova que são os filhos da descendência da Israel espiritual. Os não salvos não tem lugar no exército do Senhor Jesus Cristo.
A organização do arraial de Israel. 2. Deus mandou as tribos ficar numa ordem certa e permanente ao redor do tabernáculo. As tribos de Israel eram divididas em quatro grupos de 3 tribos com uma das tribos sendo o líder de cada grupo. Cada grupo tinha a sua própria bandeira. A bandeira de Judá; Judá, Issacar, e Zebulom ficaram ao lado do leste que é o lado da porta do tabernáculo. A bandeira de Rúben; Rúben, Simeão e Gade ficaram ao lado do sul. A bandeira de Efraim; Efraim, Manassés e Benjamim ficar ao lado do oeste. A bandeira de Dã; Dã, Aser e Naftali ficaram ao lado do norte. Os levitas e o tabernáculo ficaram no meio das dose tribos. Quando Israel estava viajando foi na ordem seguinte; a bandeira de Judá primeiro, a bandeira de Rúben segundo, os levitas e o tabernáculo terceiro, a bandeira de Efraim quarto, e a bandeira de Dã quinto. O acampamento e a viajem sempre ficaram nesta ordem. Algumas coisas sobre tudo isto.
1. "Deus não é Deus de confusão, senão de paz". A obra de Deus sempre foi feita e ainda deve ser feita "decentemente e com ordem". Nenhuma obra feita no nome dele que tem confusão, desordem e falta de decência é dele.
2. É Deus que determinou a ordem certa do acampamento. Nosso dever é manter a ordem dele sem mudar nada.
3. Como cada grupo dos israelitas reuniu-se ao redor da sua bandeira e líder, para servir o Senhor; nós também devemos nos reunir ao redor da bandeira e líder, Jesus Cristo, para servir o Senhor.
4. Devemos viajar unidos uns aos outros irmão, com nosso Líder(Jesus) neste mundo estranho.
5. O tabernáculo sempre ficou no meio do povo de Deus. O Senhor Jesus Cristo e a sua igreja deve ser o lugar focal da vida dos servos de Deus.
6. Judá ficou na frente e na porta do tabernáculo. Jesus Cristo era da tribo de Judá; Ele é chamado o leão da tribo de Judá. Simbolicamente mostra que Jesus Cristo está na frente guiando seu povo e que nos encontra na sua igreja para ter comunhão conosco sempre.
Os levitas. 3-4. Deus pela sua graça soberana e livre escolheu a tribo de Levi para ser o sacerdócio de Israel. Os levitas tinham mostrado a sua fidelidade quando Israel fez o bezerro de ouro e os levitas se ajuntaram a Moisés para ficar contra os infiéis (Êx. 32:25-29). Eles foram ordenados para ser o sacerdócio de Israel. Estes eram escolhidos para ficar no lugar dos primogênitos de toda Israel.
Os filhos de Coate tinham o cargo de cuidar os móveis do tabernáculo. Os filhos de Gérson tinham o cargo de cuidar o tabernáculo mesmo e as cortinas todas. Os filhos de Merari tinham o cargo de cuidar as tábuas, seus varais, as colunas, as bases, suas estacas, suas cordas, e todos os seus instrumentos. Eleazar, o filho de Aarão, tinha o cargo de cuidar o azeite, o incenso, a oferta dos alimentos, o azeita da unção e o cargo de todo o tabernáculo, ou de superintender a obra de Coate. Itamar, o filho de Araão, tinha o cargo de superintender a obra de Gérson e Merari. Aarão era o sumo sacerdote sobre todos. Veja algumas coisas sobre isto.
1. É Deus que determina o serviço de cada um dos seus servos.
2. Todo serviço de Deus é importante. Não há nenhum que está sem importância.
3. Todo servo de Deus é responsável para cumprir o seu próprio cargo com toda fidelidade.
4. Somente 8.580 homens do total dos levitas numerados (22.300) foram qualificados, preparados e aceitados para o serviço do tabernáculo. Eram mais desqualificados do que qualificados. Ainda continua do mesmo jeito. Na obra de Deus há mais crentes desqualificados, despreparados e indispostos do que qualificados, preparados e dispostos para o serviço de Deus. Isso não é novidade, sempre foi e ainda é do mesmo jeito e em toda época do povo de Deus.
2. A Condição Interior do Povo de Israel. 5:1-10:10.
A imundícia do povo. 5. Deus tinha ordenado a ordem do arraial de Israel ao redor do tabernáculo e a obra do sacerdócio dos levitas. Agora ele dá a condição interior do povo de Israel. A fidelidade na obra de Deus é importante, mas também a condição espiritual do povo de Deus que faz a obra de Deus é importante.
O leproso, toda pessoa que teve fluxo e o contaminado por um morto era para ser lançado fora do arraial de Israel. Mostra para nós a necessidade de manter a obra de Deus pura. Paulo disse em I Cor. 5:13: " Tirai pois dentre vós o iníquo". Nesta passagem Paulo fala sobre a necessidade da disciplina na igreja para manter a sua igreja pura para fazer a sua obra aqui no mundo. Os obreiros de Deus tem que se separar da coisa e da pessoa imunda. Em Israel no caso de pecar, a pessoa tinha que confessar seu pecado e corrigir o seu erro (v. 7). Não foi bastante somente para reconhecer o erro e pecado, mas tinha que consertar o dano que fez pelo pecado. Podemos aplicar esta verdade para as coisas de Deus hoje em dia. Confessar o pecado publicamente está certo, mas também devemos ajeitar o dano que nosso pecado criou na vida dos outros.
Nos v. 12-31 dá a regra de acusar a esposa de infidelidade ao seu marido. Tudo isto mostra para nós hoje em dia o cuidado e a seriedade de acusar alguém de pecado. A pessoa acusada de pecado que é culpada deve sofrer a conseqüência do seu pecado. Mas a pessoa acusada que não é culpada deve ser justificada e defendida, e o acusador deve pedir desculpas pela acusação. Acusar alguém de pecado é uma coisa tão séria e deve ser feito com muito cuidado e evidência. O v. 31 indica que o homem que acusa injustamente uma pessoa de pecado é culpado de iniqüidade.
A lei do Nazireu. 6. O nazireu foi um homem que se dedicou e consagrou a Deus. Na Bíblia há homens como; Sansão, Samuel, João Batista e Paulo, que foram separados como nazireus. O voto do nazireado podia ser durante a vida toda ou somente por um tempo limitado. O nazireu aceitou as seguintes coisas.
1. Recusar comer todo produto que era da vinha de uva. Abster da vinha fala da separação dos prazeres da vida.
2. Não cortar o cabelo durante o nazireado. Deixar crescer o cabelo fala sobre sofrer a vergonha, desgraça e vitupério de ser de Cristo. Porque o cabelo crescido no homem é vergonha e desgraça. Por isso simboliza a desgraça e vergonha que o crente sofre porque é de Cristo pelo mundo.
3. Se separar dos mortos. A separação dos mortos simboliza que o crente deve ser separado de toda coisa imunda ou pecaminosa.
O voto do nazireu foi aceitado voluntariamente. Como o crente em Cristo deve aceitar voluntariamente ser o servo de Cristo separado para o seu serviço.
As ofertas dos príncipes na dedicação do tabernáculo. 7. Os príncipes de Israel trouxeram ofertas voluntárias para a obra do tabernáculo. Parece que foi uma coisa além do dízimo para mostrar a sua devoção ao Senhor. Ainda esta é uma coisa boa, trazer as ofertas voluntárias (além do dízimo) ao Senhor para a obra de Deus.
A consagração dos levitas. 8. Os homens que iam fazer o serviço divino do tabernáculo tinham que ser consagrados ao Senhor. Como? Pelo sangue, pela água e pelo raspar o corpo todo. Tudo isto fala para nós que os servos de Deus
tem que ser purificados pelo sangue de Cristo primeiramente, e também puros na vida (lavar na água que é a Palavra de Deus e o cortar de toda coisa imunda da vida).
Diz nesta passagem que a idade do serviço do sacerdotes era de 25 anos aos cinqüenta anos de idade. Em 4:3 diz de 30 a 50 anos de idade. Parece que os primeiros cinco anos eram anos de treinamento. Depois eles serviram durante 20 anos. Provavelmente os sacerdotes de 50 anos para cima se tornaram os professores dos novos.
Regras acerca da páscoa. 9. Deus deu de novo como foi que ficou a observação da páscoa anualmente.
Nota: 2ª celebração da Páscoa. V. 6 a 11 – fazer comentários
Obs: A coluna de nuvem e de fogo sempre ficou no meio do povo iluminando e guiando o seu caminho. O povo tinha que ser sempre pronto para viajar para onde Deus guiasse. Deus ainda guia e ilumina o seu povo hoje em dia pelo Espírito Santo.
As duas trombetas de prata. 10:1-10. Deus mandou fazer duas trombetas de prata para convocar Israel e para a partida dos arraiais. As duas trombetas tocando ao mesmo tempo era o sinal para a congregação de Israel reunir-se à porta do tabernáculo (v.3). Uma trombeta só tocando era o sinal para os príncipes reunirem-se. As duas trombetas retinindo foi o sinal para fazer uma partida. As duas trombetas podem simbolizar o ministério que fala a Palavra de Deus instruindo o povo de Deus.
3. A viagem para Canaã. 10:11-14:45.
A partida de Israel para Canaã. 10:11-36. Agora Israel começou sua viagem para a terra prometida, foi no segundo ano, no segundo mês, ao dia vinte do mês depois de sair do Egito que partiu (v. 11). Deus guiou o povo até o deserto de Parã. Logo depois o povo começou murmurar novamente.
As murmurações dos Israelitas. 11. O povo logo murmurou contra Deus e por isso Deus se irou e o fogo dEle consumiu alguns deles. Mostra que Deus não se agrada com murmuração. O vulgo (v. 4) que estava no meio deles começava lembrar e desejar a comida do Egito. Não estava satisfeito com a provisão de Deus (maná).
Moisés acha pesado seu cargo....
Deus mandou Moisés escolher 70 homens fiéis e provados como sendo já fiéis na obra de Deus para ajudá-lo no cuidado do povo de Deus.
Veja que Deus mandou codornizes durante um mês para este povo rebelde. O povo ficou ainda pior porque ficou cobiçoso demais e por isso Deus feriu os cobiçosos com uma praga e muitos morreram. Cobiça não tem lugar entre o povo de Deus.
A rebelião de Miriã e Aarão. 12. Para deixar tudo pior Miriã e Aarão reclamaram contra Moisés por causa da sua esposa. Esta reclamação foi somente uma maneira de cobrir a verdadeira reclamação; que não foi só Moisés que recebeu a revelação de Deus sobre a sua vontade. Eles estavam duvidando a sua posição como líder ordenado por Deus de Israel. Mas Deus ouviu tudo e logo justificou o seu homem (v. 4-10) e mostrou a sua ira contra eles dando para Miriã lepra. É perigoso mexer com o homem ordenado por Deus para ser o líder do seu povo. Miriã ficou boa somente quando Moisés orou a Deus por ela. Com certeza Aarão e Miriã aprenderam uma boa lição naquele dia.
Os dose homens enviados para espiar a terra de Canaã. 13. Agora o povo de Israel chegou ao lugar chamado Cades Barnéia no deserto de Parã. Daqui Moisés mandou dose homens para espiar Canaã porque agora ia invadir e conquistar a terra dada por Deus a eles. Veja o que acharam lá nos v. 21-27. Mas dez dos doze espiões disseram que
era impossível vencer o povo da terra porque era forte e grande (v. 28-29). Só dois voltaram dizendo que era possível vencer este povo pela força de Deus; Josué, v. 14:6 (de Efraim) e Calebe v. 13:30 (de Judá).
NOTA: A incredulidade deste povo ficou sem jeito mesmo. Por isso esta geração toda morreu no deserto gastando sua vida inutilmente. É isso mesmo que a incredulidade faz na vida do crente, deixa a sua vida inútil e só passando tempo no deserto realizando nada.
A incredulidade de Israel. 14. Quando a congregação de Israel ouviu a reportagem dos dez espiões quis desistir logo e esquecer tudo e voltar para o Egito. Hb. 3:8 chama isto a provocação, o dia da tentação no deserto. Porque quando o povo duvidou que o poder de Deus podia capacitá-lo para cumprir a sua vontade, ficou sem jeito. Muito crente está falhando ano após ano porque duvida que Deus possa operar na sua vida pelo seu grande poder a sua vontade. Em vez de ir para frente vencendo e conquistando os inimigos e problemas para cumprir a sua vontade, está voltando para trás e morrendo no deserto da desobediência. Muitos estão temendo os inimigos e por isso deixando de cumprir a vontade de Deus e isto deixa-os parados e derrotados sempre. Veja que Moisés orou pelo povo e Deus perdoou seu pecado, mas não tirou a sua correção. Deus pronunciou claramente que esta geração toda ia morrer no deserto de vinte anos para cima menos Calabe e Josué. Logo os espiões morreram de uma praga (v. 37). O resto desta geração morreu no deserto durante 38 anos realizando nada. No dia seguinte o povo disse que ia fazer a vontade de Deus e ia mesmo conquistar a terra, Moisés disse a eles para não ir, porque Deus não estava mais com eles. Mas eles insistiram, e sua derrota foi grande.