quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Os Dízimos à Luz da Bíblia




Estudo Preliminar:


Em dias como os nossos onde o egoísmo se faz presente de forma substancial, podemos perceber que um número significativo de cristãos tem desenvolvido uma espiritualidade hedonista e ensimesmada, onde o que mais importa é receber e não dividir.   Nesta perspectiva, compartilhar com a Igreja parte do que recebeu é praticamente impossível, mesmo porque,  para tais pessoas é muito mais interessante desfrutar de "bênçãos" do que contribuir com a causa do Reino.

Conta-se que o famoso pregador inglês, Charles Spurgeon foi em certa ocasião, à cidade de Bristol, com o objetivo de pregar em três igrejas, esperando obter nas três coletas, 300 libras, quantia que ele necessitava com urgência para o seu orfanato na cidade de Londres. As coletas renderam realmente essa quantia, e Spurgeon sentia-se feliz, porque assim poderia pagar as despesas do orfanato.  Entretanto, à noite, quando se recolheu para dormir, Spurgeon ouviu uma voz – era a voz do Senhor que lhe dizia: "Dá essas trezentas libras a Jorge Müller". "Mas, Senhor", respondeu Spurgeon, "eu preciso do dinheiro para os queridos órfãos de Londres". Mais uma vez insistiu a mesma voz: "Dá as trezentas libras a Jorge Müller." Só quando respondeu: "Sim, Senhor, levarei o dinheiro a Jorge Müller", é que conseguiu adormecer. Na manhã seguinte dirigiu-se ao orfanato de Jorge Müller e o encontrou de joelhos, orando, tendo diante de si uma Bíblia aberta. O célebre pregador, pondo a mão sobre o ombro do outro disse: "Jorge, Deus me mandou entregar a você este dinheiro". "Oh", exclamou Müller, "querido Spurgeon, eu estava a pedir ao Senhor precisamente essa importância."  Os dois homens de ação alegraram-se muito. Mas a história continua. Quando Spurgeon voltou a Londres, encontrou uma carta sobre a mesa. Abriu-a, e verificou que ela continha 300 guinéus. Ora, como um guinéu valia uma libra e um shilling, Spurgeon tinha então, trezentas libras e trezentos shillings. "Aqui está", exclamou ele com muito regozijo. "O Senhor me devolveu as 300 libras com juros de 300 shillings". É assim que Deus paga.

Caro leitor, por acaso você já parou para pensar que Deus ama àquele que é generoso? E de que Ele supre todas as nossas necessidades, quando colocamos o dinheiro no devido lugar?

Ora, as Escrituras relatam que certa feita o  Senhor Jesus entrou no templo de Jerusalém jogando no chão o dinheiro que estava em cima das mesas dos cambistas. Imagino o rosto irado de Jesus ao chegar naquele lugar e encontrar vendedores e mercenários fazendo “negócios” com os fiéis. Vejo Jesus derrubando bancas, chutando, literalmente, o “pau da barraca”, expulsando de lá os vendilhões do templo que faziam do dinheiro sua razão de viver.  Aliás, o que o dinheiro significa para você? Qual o grau de importância ele tem para sua vida? Pois é, por amor ao dinheiro, negociam-se valores, vende-se a moral e se abandona a família. Jesus ao derrubar o dinheiro dos cambistas no chão estava em outras palavras dizendo que aquele deveria ser o local onde o dinheiro deveria estar. Entretanto, na maioria das pessoas o dinheiro encontra-se alojado na mente ou no coração.

Por acaso você já se deu conta que por causa do dinheiro pais e filhos, sogras e noras, esposos e esposas cometem aberrações?

Pois é, em dias pós-modernos, onde quase tudo tem sido relativizado, o ato de contribuir   com  a igreja tornou-se um assunto altamente polêmico. Alguns crentes sinceros tem questionado  prática do dízimo; outros não estão convencidos de que o Novo Testamento trate dessa matéria com clareza. Há ainda aqueles que preferem dar ocasionalmente uma pequena oferta, buscando com isso substituir a prática do dízimo.

Prezado amigo, vale a pena ressaltar que os abusos quanto ao levantamento de recursos financeiros praticados por algumas igrejas acabaram por tornar bastante delicada a questão da contribuição financeira nas igrejas evangélicas em geral. O abuso, porém, não invalida a realidade de que as igrejas genuinamente evangélicas precisam de recursos para manter seus trabalhos regulares. A Bíblia nos ensina várias coisas acerca do dinheiro.


1) O Hábito de dar a décima parte daquilo que se ganha a instituições religiosas é uma prática de muito tempo e que vem da Antigüidade. Esta prática era conhecida por Israel, bem como pelas nações circunvizinhas do oriente próximo.

2) Na Lei de Moisés, os Israelitas tinham a obrigação de entregar a décima parte das crias dos animais domésticos, dos produtos da terra e de outras rendas como reconhecimento e gratidão pelas bênçãos divinas (Lv 27:30-32; Nm 18:21, 26; Dt 14:22-29). O dízimo era usado primariamente para cobrir as despesas de culto e o sustento dos sacerdotes. Deus considerava o seu povo responsável pela a administração dos recursos que Ele lhes dera na terra prometida.

3) O pensamento central do dízimo achava-se na idéia que Deus é o dono de tudo e de todas as coisas. (Ex 19:05; Sl 24:1), e que os seres humanos foram criados por Ele, e a ele devem o fôlego de vida. Sendo assim, ninguém possui nada que não tenha recebido originalmente do Senhor. Nas leis do dízimo, Deus estava ordenando que os seus lhe devolvessem parte daquilo que Ele já lhes tinha dado.

4) No Novo Testamento a Igreja Primitiva manteve o princípio da generosidade  para os seus membros. Todavia, percebemos a existência de uma singular diferença entre as duas dispensações. No AT, o dízimo era o máximo em obrigatoriedade religiosa, já no novo o dízimo tornou-se um referencial mínimo de contribuição. O didaquê preceituava que as primícias fossem dadas do dinheiro, das roupas e de todas as suas posses.

Caro leitor, como bem afirmou Hernandes Dias Lopes, "o dízimo não é invenção da igreja, é princípio perpétuo estabelecido por Deus. O dízimo não é dar dinheiro à igreja, é ato de adoração ao Senhor. O dízimo não é opcional, é mandamento; não é sobra, é primícia. O dízimo é ensinado em toda a Bíblia, antes da lei (Gn 14.20), na lei (Lv 27.30), nos livros históricos (Ne 12.44), poéticos (Pv 3.9,10), proféticos (Ml 3.8-12) e também no Novo Testamento (Mt 23.23; Hb 7.8). Negligenciar a devolução dos dízimos é infidelidade a Deus. Sonegar o dízimo é roubar a Deus. Reter o dízimo, que é santo ao Senhor, é colocar-se debaixo de maldição. Entretanto, entregar o dízimo com obediência é repreender o devorador e contar com a promessa das janelas abertas do céu, de onde promanam toda sorte de bênção."

O conhecimento de verdades como essas devem fazer que tanto você como eu assumamos diante de Deus algumas posições radicais quanto à administração do dinheiro:

1º - Nunca esquecer que tudo quanto possuímos pertence a Deus, de modo que aquilo que temos não é nosso, e sim daquele que é o Senhor de todas as coisas.

2º - Decidir de todo o coração servir a Deus e não ao dinheiro. (Mt 6:19-21; 24).

3º - Fugir da avareza e do espírito deste século, que de todas as formas possíveis tentam injetar em nós um o desejo de uma vida hedonista e egoísta.

4º - Comprometer-se com a promoção do Reino de Deus na Igreja local e na disseminação do Evangelho pelo mundo.

Isto posto, concluo que sonegar o dízimo é desamparar a casa de Deus. Sonegar o dízimo é deixar de ser cooperador com Deus na implantação do seu reino.

Pense nisso!
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Estudo mais aprofundado:


O Dízimo tem como origem a palavra hebraica ESSER, que quer dizer dez. Do latim decimu (a décima parte), veio para o português com o nome de dízimo (lembrando que a Bíblia católica foi traduzida do latim, porém a Bíblia evangélica foi traduzida do hebraico (Velho Testamento) e do grego (Novo Testamento) direto para o português, sendo fiel aos textos originais).
    A primeira menção de dízimo na Bíblia está registrada no livro Gênesis, 14:18 a 20, referindo-se à uma atitude voluntariosa de Abraão, ora Abrão, quando depois de uma guerra, ele "deu o dízimo de tudo" a um sacerdote de quem pouco se sabe, chamado Melquisedeque.
O dízimo é bíblico, tanto para o antigo, como para o novo testamento. Provo isto biblicamente. E não é pelo o que acho ou penso, mas pela revelação das Escrituras. Vejamos:
Gn 14:20 diz que Abraão deu o dízimo de TUDO para Melquisedeque. De tudo o que Abrão tinha ele dizimou, portanto, se ele tinha ouro, prata, dinheiro, gado, ovelhas tudo ele dera a décima parte.
Quatrocentos anos antes da lei de Moisés exigir o dízimo, Abraão já o havia entregado. Sem que Melquisedeque pedisse, ele entregou voluntariamente, pois ele entendeu que isso agrada a Senhor. Temos que entregar o dízimo espontaneamente. Não por força nem por violência, não com pesar, nem com tristeza, não para aparecer para homens, como se fosse por obrigação.
Pois dessa forma não agrada ao Senhor, temos de entregar com entendimento do que estamos fazendo. Pois, "Deus ama o que dá com alegria". (2Corintios 9:7)
Cristo é sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque (Sl 110:4). Melquisedeque tipificava Cristo na tipologia bíblica. Porque Abraão não entregou o dízimo a Faraó, ou até mesmo, ao rei de Sodoma? Porque o entregou a Melquisedeque? Para nos mostrar que hoje no tempo da graça o dízimo continua sendo recebido pelo Senhor, pois Cristo é o nosso eterno sacerdote.
Observe que Melquisedeque não recusou o dízimo de Abraão. Onde foi que leram que isso era certo se a lei de Moisés ainda não existia? Que coisa fantástica! Antes da lei houve o primeiro dízimo, passou a lei e no tempo da graça o dízimo é valido porque Melquisedeque é um tipo de Cristo, nosso eterno sacerdote.
Ao contrário do que muitos dizem o dízimo não foi instituído só por causa da tribo de Levi, mas muito antes disso, como vemos em Gn 14:20. Nós somos o Israel espiritual, somos descendentes de Abraão na fé, temos que andar nos passos da fé (Rm 4:12; Hb 7).
Ao lermos em Hebreus 7 fica claro que o sacerdócio levítico já passou e agora permanece o sacerdócio de Cristo, que é eterno segundo a ordem de Melquisedeque. Como Melquisedeque recebeu o dízimo de Abraão, hoje, no tempo da graça Cristo recebe e aprova o ato de entregarmos o dízimo. Como Melquisedeque não reprovou e aceitou, da mesma forma o nosso Senhor Jesus age sobre esse assunto. Muitos dizem que quando Jesus disse está consumado aboliu toda a lei, inclusive o dízimo, isso não é verdade, quando ele bradou está consumado, ele quis dizer que cumpriu o seu propósito aqui na terra.
    Depois do Êxodo, o povo israelita acabou vagando pelo deserto por quarenta anos. Juntamente com os Dez Mandamentos, o Senhor deu a Moisés instruções bem detalhadas em Êxodo (capítulos 25 a 40), de como o povo tinha que construir o tabernáculo e adorar a Deus. Apesar de ser muito luxuosa, essa estrutura era completamente portátil.
    Um tabernáculo é como uma igreja, um lugar para encontrar Deus. O tabernáculo era a estrutura que os israelitas construíram para a adoração. Toda vez que os israelitas mudavam o seu acampamento de lugar, o tabernáculo mudava com eles. Por ser portátil, o tabernáculo também servia como um símbolo de que Deus andava com o povo de Israel.
    O zelo, o transporte do rico Santuário, o preparo dos materiais necessários ao culto, reclamavam serviços que excediam as forças de um homem ou de uma família. Dessa forma foram escolhidos os Levitas para o serviço que se relacionava com o Tabernáculo pelo motivo de que quando o povo quebrou o pacto com Deus e fabricou o bezerro de ouro, somente os Levitas permaneceram fieis a sua aliança com Deus.
    Quando o povo de Israel veio com Josué, para tomar posse, depois do êxodo, na terra de Canaã, a terra prometida, todas as 12 tribos tiveram que ser instaladas e aquele território de Israel, foi dividido pelas 12 tribos, que simbolizavam os 12 filhos de Jacó.
    Só que uma tribo, a dos Levitas, não recebeu terra, não recebeu território para viver, e ficou determinado que eles fossem os auxiliares dos sacerdotes no templo.
    Posteriormente, a lei Mosaica prevê um imposto de 10 por cento (dízimas) dos animais e colheitas recolhidos uma vez ao ano, registrado em Levítico. Cabe, neste momento, esclarecer que o Levítico basicamente é um livro teocrático, isto é, seu caráter é legislativo; possui, ainda, em seu texto, o ritual dos sacrifícios, as normas que diferenciam o puro do impuro, a lei da santidade e o calendário litúrgico entre outras normas e legislações que regulariam a religião àquela época. É um livro de regulamentos e normas para o Levita.
Devemos fazer distinção entre lei cerimonial e lei moral. A lei cerimonial ficou circunscrita ao Velho Testamento. Refere-se a costumes próprios do povo de Israel, sobre alimentação, saúde, etc. Não temos nenhuma obrigação, hoje, para com essa lei. Há, porém, a lei moral. Esta permanece. Os dez mandamentos, por exemplo, faziam parte da lei, mas permanecem até hoje, porque são princípios eternos, estabelecidos por Deus para as relações humanas. Assim também acontece com o dízimo, ele pertence a lei moral de propriedade. O princípio de que Deus é o dono de tudo permanece, e com ele o nosso reconhecimento dessa propriedade, expresso através do dízimo.
    Vejamos o que diz este livro em seu capítulo 27:
1 Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: (...) (...)30 Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR. 31 Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. 32 No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR. 33 Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados. 34 Estes são os mandamentos que o SENHOR ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai.
    Há também um aspecto mais abrangente desse imposto, relatado em Deuteronômio 14:22 a 28, onde percebem-se alguns aspectos que não foram explicitados em Levítico, como: razão de culto, interação familiar e auxílio a classe sacerdotal, os levitas (sacerdotes), estrangeiros, órfãos e viúvas – que àquela época eram relegados à própria sorte.
    Vejamos o que diz Deuteronômio:
22 Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se recolher do campo. 23 E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias. 24 E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; 25 Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus; 26 E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; 27 Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo. 28 Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; 29 Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem.
O dízimo e a lei de Moisés: Era um mandamento do próprio Deus para seu povo (lev 27:30).
O dízimo tinha alguns propósitos:
- Para sustentar os levitas, pois a tribo de Levi foi a única tribo que não recebeu herança (Nm 18:21-24)
- Para os estrangeiros, órfãos e viúvas, e os ministros (Dt 14:28 e 29). Era um mandamento (Lev 27:30)
- Para suprir a casa de Deus (Ml 3:10)
-O dízimo é do Senhor (Ml 3:8; Lv 27:30)
O dízimo era a oferta da colheita dos grãos, dos frutos das árvores e dos animais, pois essa era a agricultura de subsistência da época. Hoje a nossa forma de subsistência é o nosso salário, em espécie (dinheiro). Hoje, como iremos ofertar? Arroz, feijão, gado, galinha, hortelã, cominho, e etc., se para obtermos tudo isso temos que ter o dinheiro?
Jesus não veio ab-rogar o dízimo.
        Jesus declarou, no Sermão do Monte, que não veio revogar a lei, mas cumpri-la. (Mateus 5:17)
         Devemos fazer distinção entre lei cerimonial e lei moral. A lei cerimonial ficou circunscrita ao Velho Testamento. Refere-se a costumes próprios do povo de Israel, sobre alimentação, saúde, etc. Não temos nenhuma obrigação, hoje, para com essa lei.
         Há, porém, a lei moral. Esta permanece.
         Os dez mandamentos, por exemplo. Faziam parte da lei, mas permanecem até hoje, porque são princípios eternos, estabelecidos por Deus para as relações humanas.
          Assim também acontece com o dízimo. Ele pertence a lei moral de propriedade. O princípio de que Deus é o dono de tudo permanece, e com ele o nosso reconhecimento dessa propriedade, expresso através do dízimo.
Os dízimos eram pagos aos Levitas:
 “Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão”. Números 18.24
         Deus queria que toda a nação fosse sacerdotal:
“E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” Êxodo 19.6.
        Porém por desobedecerem a Deus, Deus levantou a tribo de Levi, para trabalharem como tribo sacerdotal.
         Os Levitas não tinham meios de rendas, gados, heranças que lhes assegurassem sustento. Por restarem serviços a tenda da congregação recebia os dízimos dos filhos de Israel:
“Eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que exercem, o ministério da tenda da congregação”. Números 18.21
         Todavia, os Levitas não tinham permissão de ficarem com a totalidade dos dízimos recebidos, mas daquilo que lhes era concebido, eles eram obrigados a dar uma parte chamada dízimo dos dízimos:
“Também falarás aos Levitas e dir-lhes-ás: quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado em vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao Senhor: O Dízimo dos dízimos.” Números 18.26
“E que o sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando estes recebessem os dízimos, e que os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro.” Neemias 10.38
         Esses dízimos tinham de ser TODAS as dádivas:
“De todas as vossas dádivas apresentareis toda a oferta do Senhor: do melhor delas, à parte que é sagrada”. Números 18.29
          Não podia ser entregue a qualquer pessoa, tinha que ser entregue ao sacerdote Arão:
 “Assim também oferecereis ao Senhor uma oferta de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de Israel e deles dareis a oferta alçada do Senhor a Arão o Sacerdote.” Números 18.28
    O livro de Malaquias é muito citado, vejamos o que diz em seu capítulo 3:6 a 10:
6 Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. 7 Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? 8 Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. 9 Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. 10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.
    Malaquias é dividido em cinco partes
1) A eleição de Israel como povo de propriedade divina (1:6);
2) Os pecados dos Sacerdotes (1:7 a 2:9);
3) Casamentos com povos estranhos (2:10-16);
4) A esperança do povo (2:17 a 3:6);
5) Violência contra Deus (3:17-12).
         A nação estava em crise econômica, seca e fome (Malaquias 3:9-11):
“Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Malaquias 3:9-11)
         Não só os filhos de Levi (os sacerdotes) v3, mas também os filhos de Jacó (toda a nação) estavam debaixo de maldição por não serem dizimistas v6. O povo estava desviado dos mandamentos de Deus v7a . Deus faz um chamado ao arrependimento, mas o povo achava que não havia necessidade de mudança v7b. Deus passa a mostrar ao povo em que estavam errados.
        Jesus diz em Mateus, 23:23 a 33:
23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. 24 Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo. 25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniqüidade. 26 Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo. 27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundície. 28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade. 29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos, 30 E dizeis: Se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas. 31 Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas. 32 Enchei vós, pois, a medida de vossos pais. 33 Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?
        Vejamos o que Ele diz em Mateus, 25:31 a 46:
31 E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; 32 E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; 33 E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. 34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; 35 Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; 36 Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. 37 Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? 38 E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? 39 E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? 40 E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. 41 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
    Os exemplos dos dízimos e ofertas no Antigo Testamento contêm princípios importantes a respeito da mordomia do dinheiro, que são válidos para os crentes do Novo Testamento.
(1) Devemos lembrar-nos que tudo quanto possuímos pertence a Deus, de modo que aquilo que temos não é nosso: é algo que nos confiou aos cuidados. Não temos nenhum domínio sobre as nossas posses (nem mesmo sobre nossos filhos).
(2) Devemos decidir, pois, de todo o coração, servir a Deus, e não ao dinheiro (Mt 6.19-24; 2Co 8.5). A Bíblia deixa claro que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5).
(3) Nossas contribuições devem ser para a promoção do reino de Deus, especialmente para a obra da igreja local e a disseminação do evangelho pelo mundo (1Co 9.4-14; Fp 4.15-18; 1Tm 5.17,18), para ajudar aos necessitados (Pv 19.17; Gl 2.10; 2Co 8.14; 9.2), para acumular tesouros no céu (Mt 6.20; Lc 6.32-35) e para aprender a temer ao Senhor (Dt 14.22,23). Quase todos os versículos citados são do Novo Testamento.
(4) Nossas contribuições devem ser voluntárias e generosas, pois assim é ensinado tanto no Antigo Testamento (Ex 25.1,2; 2Cr 24.8-11) quanto no Novo Testamento (ver 2Co 8.1-5,11,12). Não devemos hesitar em contribuir de modo sacrificial (2Co 8:3), pois foi com tal espírito que o Senhor Jesus entregou-se por nós (ver 2Co 8.9 nota). Para Deus, o sacrifício envolvido é muito mais importante do que o valor monetário da dádiva (ver Lc 21.1-4).
(5) Nossas contribuições devem ser dadas com alegria (2Co 9.7). Tanto o exemplo dos israelitas no Antigo Testamento (Êx 35.21-29; 2Cr 24.10) quanto o dos cristãos macedônios do Novo Testamento (2Co 8.1-5) servem-nos de modelos.
Se o crente Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, tipo de Cristo, os crentes hoje devem dá-lo ainda àquele que é sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque (Hebreus 7:1-10). O pensamento do versículo 8 pode ser assim parafraseado: "Enquanto no sistema mosaico recebem dízimos homens que morrem, isto é, os sacerdotes, na dispensação da graça, tipificada por Melquisedeque e Abraão, recebe dízimos aquele de quem se testifica que vive para sempre, Jesus Cristo."
         Jesus, pois, recebe dízimos até hoje dos crentes fiéis, ATRAVÉS DA IGREJA QUE ELE INSTITUIU e incumbiu da propagação do evangelho. (Os que são salvos têm a distinção de gostar de estar aonde o Senhor determinou a Sua adoração (Sal 84:1-10). A igreja é justamente aquele lugar que Deus instituiu para publicamente ajuntar os Seus em Seu nome para O adorar.  Por ser o Seu corpo (Efé 1:23; Col 1:18) a igreja é visível, pública, presente não em figura mas em verdade.  Se Deus revela Seu corpo pela igreja, os que estão em Cristo estarão nela para O adorar (João 10:27, “As minhas ovelhas ouvem a minha voz e elas me seguem”).  Ir à igreja é uma oportunidade especial para o povo de Deus.  É tempo para pausar em refletir no que é eterno e celestial.  É uma oportunidade sem igual de alimentar a alma e refrescar o ânimo espiritual pela comunhão da Palavra de Deus (Sal 19:7-11). Talvez foi por essas razões que Davi cantou que entrar no templo era uma ação tão abençoada (Sal 122:1).  A adoração pública é uma forte testemunha  diante dos que estão de fora.  Quando alguém deixa as conveniências do lar e da vida para participar no que glorifica o Senhor Deus, as suas prioridades estão manifestas.  Cristo falou aos discípulos que o Espírito Santo faria com que eles fossem testemunhas (Atos 1:8).  De certo, indo à igreja para participar da adoração pública faz com que testemunhemos da diferença que a salvação efetuou em nós.  Devemos entender que os cultos na igreja são para adoração pública e nada mais.  É lugar de cantar louvores (Col 3:16), ouvir a Palavra pregada (Atos 2), observar as ordenanças (Mat. 28:19-20), trazer as nossas ofertas (I Cor 16:1,2) e de orar juntos com o povo de Deus.  Não é lugar de comércio religioso (Mat. 21:13), das brincadeiras ou dos trabalhos sociais (Habacuque 2:20).  Deus quer ser adorado em espírito e em verdade e nada mais lógico do que O adorar no lugar dedicado pelo Seu Espírito (Atos 2) e onde Deus, pelo Espírito Santo, ministra a Sua Palavra (João 15:26).  Adorar Deus publicamente como Ele quer, é uma boa razão de ir à igreja. )
         O último argumento a favor do dízimo, no Novo Testamento, que apresentaremos, é o do sustento do ministério sagrado.
         Paulo, em I Coríntios 9 , declara que o princípio do sustento do ministério na dispensação da graça é o mesmo que o da dispensação da lei. Paulo está discutindo aqui o seu direito de sustento por parte das igrejas. Fala do dever das igrejas de sustentarem seus obreiros, usando várias figuras para ilustrá-lo, entre elas a do boi que debulha.   Pergunto em seguinte:
 "Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais"? I Coríntios 9:11.
         Em I Coríntios 9:13 o apóstolo usa a ilustração do templo e do serviço dos levitas no altar, dizendo que eles tiravam do altar o seu sustento.
         Qual era esse sustento? O dízimo, não há dúvida nenhuma.
         Vem agora a conclusão do apóstolo, em que estabelece o princípio paralelo nas duas dispensações:
 "Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho." I Coríntios 9:14.
         Note a palavra "assim". Quer dizer que do mesmo modo como eram sustentados os sacerdotes, assim devem ser sustentados os ministros do evangelho, isto é, com os dízimos entregues pelo povo de Deus.
         É importante também o verbo: "ordenou". Trata-se de uma ordem de Cristo, cuja autoridade merece ser respeitada. É um dever do crente, como era do judeu, entregar os dízimos para o sustento do ministério. O Dr. W. C. Taylor considerava esta passagem a mais forte, com referência ao dízimo, no Novo Testamento.
Muitos dizem que quando Jesus disse está consumado aboliu toda a lei, inclusive o dízimo, isso não é verdade, quando ele bradou está consumado, ele quis dizer que cumpriu o seu propósito aqui na terra.
Somente quando se refere ao dízimo, é que Deus manda fazer prova Dele (Ml 3:10). Em nenhuma outra passagem Deus manda o povo o provar. Existe benção sem medidas extraordinárias para aqueles que entregam o dízimo ao Senhor.
- As janelas dos céus serão abertas (provisão divina em todas as áreas)
- O devorador será repreendido (tudo o que for teu será conservado pelo Senhor, e o devorador, Satanás será envergonhado)
- E todos nos chamarão benditos do Senhor.
Cristo ensinou a sobre o dízimo em  Mat 23:23b "Fazei estas coisas e não omitir aquelas”. Fica  claro que Jesus mandou dar o dízimo, “fazei estas coisas”.
Continuem entregando o dízimo, como vocês fazem, mas não deixem de omitir aquelas, pratiquem também o juízo, a misericórdia e a fé. Os fariseus queriam fazer tudo certo ao ponto de dar o dízimo das hortaliças mais baratas como: hortelã, endro, cominho e etc... mas eles esqueciam de obedecer a palavra em um todo, não praticavam a justiça, a fé, a misericordia, o amor. Temos que ser fiés em tudo.
Sabemos que o livro de Mateus foi direcionado ao povo judeu, porém em Lucas, que foi escrito direcionado aos gregos (gentios) Jesus repete a mesma coisa. Leia Lucas 11:42.
Se o ato de dar o dízimo fosse reprovado ou abolido pelo senhor Jesus, com certeza, nesta ocasião Ele teria dito. Ele poderia ter dito parem de dar o dízimo pois isso faz parte do passado, faz parte da lei de Moisés,agora estou aqui para cumprir a lei. Mas ao contrário, Ele disse: "fazei". Nas palavras de Jesus não há duvidas, quando o Mestre fala não se pode questionar. É ponto final.
Jesus disse que o operário é digno do seu salário (Mat 10:10). Aquele pastor que é fiel que dá a sua vida pelas ovelhas que prega a verdadeira palavra de Deus é digno de ser sustentado pela obra de Deus, e isso só é possivel com dízimos e ofertas. Quando os discipulos foi enviados Jesus não os mandou pedir nada a ninguém, mais mandou aceitar tudo que lhes fossem oferecido naquela casa, é diferente dos mercenários que querem arrancar o ultimo centavo do povo, para viverem regaladamente, Deus tá vendo tudo, a ele ninguem engana, tudo o que o homem semear certamente colheirá. Dízimos e ofertas são aprovados pelo Senhor, isto está bem claro na biblia o que fazem por ai pedindo o teu tudo, envelopes cheios de dinheiro, para comprar a "benção de Deus" isto é abominação ao Senhor.
Em João 8 existiam as mulheres que serviam a Jesus com os seus bens. É óbvio que o Senhor Jesus não veio a esta terra para falar sobre dinheiro e nunca pediu nada a ninguém.
É muito diferente do que vemos hoje em dia, mercenários sugando a pele das ovelhas e fazendo negócio com o povo (2 Pe 2). Muitos homens maléficos estão riquíssimos porque estão enganando o povo com a falsa doutrina da prosperidade.
Paulo também falou sobre o ato de sustentar a obra com dízimos e ofertas.
Que servia:
Para recompensar os que ensinam (mestres) Gal 6:6.
Para sustentar os ministros do evangelho ( I Co 9:13,14)
Onde devemos entregar o dízimo?
Devemos entregar o dízimo e ofertas na casa do Senhor, na igreja em que congregamos, pois no Antigo testamento era entregue na casa do Senhor, nos templos, na casa do tesouro (2 Cr 31: 11,12; Ne 10:38; Ml 3:8).
Hoje a casa do tesouro é a igreja do Deus Vivo, a igreja do Deus vivo que é  cheia da graça, misericórdia, e da palavra do Senhor que é um tesouro incomparável.
Nos textos citados fica claro que temos de contribuir para o sustento da obra de Deus. Temos que ser obedientes ao Senhor, pois a sua Palavra permanece para sempre.
O ato de dar o dízimo é para honrar a Deus (Pv 3:9,10) não fazemos isso para aparecer, como na maioria das denominações. As pessoas colocam o nome e o valor do dízimo em um envelope, e elas não sabem que isso é para o "pastor" ter o controle de quem está dando o dízimo. Com isso fazem acepção nas "igrejas", separando cadeiras e dando destaque a quem tem o dízimo mais alto. Não precisamos colocar o nosso nome nos envelopes. Esse ato é para honrar a Deus e não ao homem. O pastor não precisa saber o nome de quem dá e quanto dá, isso é para glória de Deus, é Deus quem vai nos recompensar.
Espero que esse estudo te esclareça, e com o conhecimento da Palavra venhamos tapar a boca daqueles que não tem a revelação do Espírito Santo.
A Ele seja toda honra e glória, para todo sempre, amém!

Fontes para pesquisa:

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