sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A Segunda Divisão do Livro - Números. 15-20

O Povo de Deus no Deserto
A segunda divisão é dividida em seis subdivisões:
1. A Repetição de Diversas Leis para a Terra de Canaã. 15.
2. A Rebelião de Coré. 16.
3. A Vara de Aarão que Floresceu. 17.
4. Os Levitas Confirmados nos Seus Deveres e Responsabilidades. 18.
5. A Ordenança da Novilha Ruiva (Vermelha). 19.
6. A Morte de Miriã, O Pecado de Moisés, O Pecado de Edom e A Morte de Aarão. 20.

1. A Repetição de Diversas Leis para a Terra de Canaã. 15.
Neste capítulo repetem-se algumas leis e instruções anteriormente dadas para a entrada na terra de Canaã. v. 1-31. É uma coisa notável que mesmo que esta geração do povo de Deus não fosse mais entrar na terra prometida, Deus ainda assim deu algumas leis e instruções para quando o povo entrasse na terra de Canaã (v. 2). Deus cumpriu a sua promessa de dar esta terra para Israel, porém não foi para esta geração. Deus é fiel à sua promessa apesar da dureza do povo. Leia Rm. 11:29 e Fl.1:6.
O homem que apanhou lenha no dia de sábado. v. 32-36. Nos v. 30-31 Deus fala sobre uma pessoa que fez uma coisa desobedecendo ao Senhor e a sua Palavra, mesmo sabendo que poderia ser expulsa do meio do seu povo. Aqui temos um exemplo disto. Esta pessoa não pecou ignorantemente, porque sabia que isso era errado e fez desprezando e desobedecendo Deus com conhecimento, ou seja, de propósito. Por isso não foi pecado trivial nem insignificante. Assim, Deus mandou apedrejar este homem e Israel cumpriu o mandamento de Deus e o homem morreu (disciplina necessária). Mostra a natureza verdadeira da lei de Deus e sua severidade. A lei de Deus condena, apenas Cristo nos salva da lei de Deus.
O cordão de azul. v. 37-41. Deus mandou botar nas bordas das vestes franjas e nas franjas das bordas um cordão azul. Azul é a cor celestial. Simboliza que os servos de Deus devem ser de uma obediência e caráter celestial e separados dos desejos e ambições mundanos. Há judeus que fazem isto ainda, mas normalmente na roupa íntima.
2. A Rebelião de Coré. 16.
No Novo Testamento em Judas 11 é chamado a Contradição de Coré. Sem dúvida nenhuma o que Coré e os outros fizeram foi uma ofensa muito errada, porque mais ou menos 15.000 pessoas morreram por isso. Coré era o cabeça desta rebelião e contradição e da família dos coatitas, ou seja, da família dos que serviam no tabernáculo. Foi uma tentativa de tomar conta do sacerdócio dado a Aarão por Deus, foi um ataque contra a liderança de Moisés e Aarão e uma tentativa de estabelecer uma outra ordem sacerdotal sem a autoridade de Deus. Pela maneira que Moisés falou nos v. 8-14 parece que o motivo de Coré para isso foi inveja de Moisés e Aarão, insatisfação com a posição dada a eles no serviço do tabernáculo, desejo de assumir o sacerdócio, acusando Moisés de ter a culpa por não entrarem na terra prometida. Foi uma afronta contra os homens ordenados, apontados e nomeados por Deus e por isso uma afronta contra o próprio Deus primeiramente. É uma ofensa séria nos posicionarmos contra os homens fiéis designados por Deus para liderar o seu povo. Para provar qual dos dois (Coré e seus ou Moisés e os Levitas) Deus escolheria, marcaram para o dia seguinte que Coré e Moisés deveriam trazerem nos seus incensários fogo e incenso e se apresentar perante o Senhor, na porta da tenda da congregação. Naquele dia Coré, Datã e Abirão com suas esposas, filhos e crianças ficaram nas portas das suas tendas esperando a decisão até depois serem avisados da consequência dos seus pecados (v. 27-30). Que ousadia e teimosia este povo mostrou até o fim contra Deus e seus escolhidos. O Senhor mostrou naquele dia a sua decisão quando mandou a terra debaixo deles abrir a sua boca e os engolir, assim eles desceram vivos ao abismo (Seol, que é Hades no Novo Testamento), e depois a terra se fechou novamente (v. 31-34). Além disto, o fogo que saiu do Senhor consumiu outros 250 homens rebeldes que ofereceram incenso (fogo estranho, v. 35). Deus mostrou quais foram seus escolhidos para fazer o serviço do tabernáculo e que Moisés foi enviado pelo Senhor para fazer todos estes feitos e que do coração de Moisés não procederam nenhum deles, exatamente como Moisés tinha falado (v. 28). O povo todo ficou com medo e foi para casa, mas isto durou pouco tempo. Porque no dia seguinte o povo já estava acusando Moisés de matar o povo do Senhor (v. 41-43). Quem foi que fez isto, Moisés? Foi Deus quem fez! Esta rebelião do povo provocou no Senhor uma grande indignação e Ele mandou uma praga para destruir o povo (v. 44-46). Nesta praga 14.700 pessoas morreram. Moisés e Aarão fizeram sacrifícios pelo povo e somente por isso todos não morreram (v. 47-48). E a relação disso com o novo testamento? Somente por causa do sacrifício de Cristo todos os pecadores não morrem.
É muito sério rejeitar a liderança escolhida (o ministério) por Deus. Ainda pior é rejeitar seu Filho Jesus Cristo, o Salvador mandado por ele.
3. A Vara de Aarão que floresceu. 17.
Deus confirmou que escolheu os Levitas para servir como o sacerdotes de Israel, ordenando que doze varas (uma de cada tribo) fossem postas no tabernáculo, sendo que a vara da tribo escolhida ia florescer. Pela manhã, somente a vara de Aarão floresceu, e ainda produziu flores, brotou renovos e deu amêndoas. O povo reconheceu a escolha de Deus com uma tristeza muito grande, porque agora sabiam que iriam morrer no deserto. E todos morreram mesmo no deserto, porque a correção do Senhor, ninguém podia mudar. Uma lição simbólica: a vara de Aarão fala do nosso Sumo Sacerdote Jesus Cristo e a sua ressurreição dos mortos. Esta é a maior prova de todas, que Jesus Cristo é o Salvador verdadeiro e único. Toda religião falsa com seu líder é uma vara totalmente morta. Jesus Cristo provou que ele é Sumo Sacerdote-Salvador, verdadeiro e único publicamente e para sempre pela sua ressurreição.
4. Os Levitas Confirmados nos Seus Deveres e Responsabilidades. 18.
Deus mandou Aarão e seus filhos serem os sacerdotes para fazer a obra do tabernáculo (sacrifíícios e adoração, etc.) e os levitas para todas as outras coisas. Deus mandou sustento aos levitas no seu trabalho pelos dízimos do povo de Deus (não receberam herança de terra). O dízimo dos dízimos recebidos pelos levitas era para sustentar Aarão e seus filhos no seu trabalho (v. 25-28). Leia I Cor. 9:7-14.
5. A Ordenança da Novilha Ruiva (Vermelha). 19.
Parece que Deus deu esta ordenança como a consequência da rebelião de Coré. Porque depois da praga que matou milhares de pessoas, o povo precisava cuidar os mortos e, por isso, ficaram imundos já que tiveram contato com os cadáveres. Então, Deus deu esta ordenança para que eles fossem limpos antes de fazer o serviço de Deus. A novilha foi queimada e as cinzas misturadas com água e esta água espargida nos imundos para purificá-los. Esta água foi chamada a água da separação.
Hebreus 9:13-14 fala que esta ordenança é simbólica da morte do Senhor Jesus Cristo pelo pecador. Vamos ver como:
1. A novilha foi sem defeito. Como foi também Jesus Cristo, imaculado e incontaminado.
2. Uma novilha sobre a qual não tinha sido posto jugo. O jugo é posto sobre um animal para dominar e vencer a sua natureza selvagem e rebelde e obrigar sujeição. Isto foi desnecessário com o Senhor Jesus Cristo, porque ele não tinha a natureza rebelde e se sujeitou a Deus voluntariamente.
3. A novilha tinha que ser ruiva (vermelha). Com certeza isto fala do fato que o Senhor Jesus Cristo derramou o seu sangue na cruz para salvar o pecador.
4. A novilha foi sacrificada fora do arraial. Jesus Cristo foi sacrificado também fora da porta (Hb. 13:12).
5. O sangue do sacrifício foi espargido sete vezes para a frente da tenda da congregação. A expiação do Senhor Jesus Cristo pelos eleitos é perfeita (número 7).
6. A água da separação foi espargida nas pessoas contaminadas com cadáver para limpá-las. As cinzas da novilha foram guardadas para serem usadas continuamente para limpar os imundos. Jesus Cristo foi crucificado (sacrificado) uma vez para sempre e isto dá salva os eleitos eternamente. Mais depois o salvo se contamina com a sujeira deste mundo, e a água da separação fala sobre a purificação que o crente tem na sua vida diária (I João 1:7). A base desta purificação é o sacrifício do Senhor Jesus Cristo (as cinzas da novilha), a água fala sobre a Palavra de Deus que o Espírito Santo usa na vida do salvo para nos purificar mais e mais. As cinzas da novilha foram guardadas para serem usadas sempre para a purificação do povo. O crente em Cristo tem perdão e purificação do pecado completo e contínuo sem limite.
6. A Morte de Miriã, O Pecado de Moisés, O Pecado de Edom e A Morte de Aarão.
Começa no capítulo 20 do livro de Números, o fim das jornadas de Israel no deserto. Esse capítulo começa a contar a história de Israel quando chegou a segunda vez em Cades Barnéia para entrar em Canaã. Sabemos isto porque neste capítulo acontece a morte de Aarão, e no capítulo 33:38 diz que Aarão morreu no ano quadragésimo da saída dos filhos de Israel da terra do Egito. Então a Bíblia passa quase totalmente por cima dos eventos que aconteceram no deserto durante este período de tempo de 38 anos das jornadas de Israel no deserto. Por que? Porque o tempo que o povo de Deus gasta no deserto espiritual por causa da sua infidelidade e incredulidade é tempo perdido, gastado por nada, sem valor, e que Deus nem considera como sendo importante. Deus não deseja que fiquemos no deserto espiritual, perdendo tempo.
A morte de Miriã. v. 1. O povo de Deus da velha geração estava morrendo no deserto por causa da sua incredulidade e infidelidade, um por um, exatamente como Deus tinha dito. Que coisa triste!
O pecado de Moisés. v. 2-13:
Quando chegaram em Cades não tinha água e por isso o povo de Deus começou a murmurar e a reclamar contra Moisés e Aarão. Este povo reclamou demais e também lembrou do Egito com desejo de estar lá novamente. Depois de tanto tempo assim? Moisés e Aarão foram à porta da congregação e se lançaram sobre os seus rostos para falar com o Senhor e receber o conselho Dele. Deus mandou Moisés tomar a vara, ajuntar a congregação de Israel com Aarão e falar à rocha perante os olhos deles, assim a rocha daria a sua água a Israel para beber suficiente. Aqui Moisés pecou e este pecado não permitiu que ele entrasse na terra prometida, assim como os outros. Este pecado de Moisés desfigurou uma carreira exemplar. Depois de servir o Senhor durante 80 anos, Moisés falhou assim tristemente. Deus revelou a natureza do pecado de Moisés no v. 12: "Porquanto não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes tenho dado".
Moisés não santificou o Senhor diante de Israel nos seguitens atos:
1. Moisés perdeu a calma e fez coisas erradas (Sl. 106:32-33).
2. Moisés falou com o povo em vez de falar com a rocha (v. 10).
3. Moisés considerou como mérito seu e não de Deus o fazer da água sair da rocha (v. 10).
4. Moisés feriu a rocha duas vezes com a vara em vez de apenas falar com a rocha conforme Deus ordenara.
5. Moisés arruinou o simbolismo da salvação em Cristo.
Deus exige dos líderes do seu povo uma obediência fiel. Um homem que tem servido ao Senhor fielmente durante muitos anos, também pode cair. "Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia", I Cor. 10:12. Pelo pecado de ferir a rocha duas vezes em vez de falar com a rocha, Moisés arruinou o simbolismo da salvação que os salvos tem em Cristo Jesus. Cristo (a rocha, I Cor. 10:4) foi ferido uma vez para salvar eternamente os eleitos, e não é necessário para ele ser ferido outra vez, porque o sacrifício dele feito uma única vez já é o bastante para salvar os seus para sempre (Hb. 10:10-14). O ferir da rocha por Moisés pela segunda vez simbolizou o contrário. Depois de serem salvos, para os que crêem receberem o perdão pelos seus pecados diários, é preciso apenas falar com Cristo (a rocha) confessando os seus pecados e "Ele é fiel e justo para nos perdoar dos pecados, e nos purificar de toda a injustiça", I João 1:9.
O pecado de Edom v. 14-22.
Israel pediu a Edom permissão para passar pela sua terra para entrar em Canaã, porque Edom ficou entre Israel e Canaã. Israel prometeu não passar pelo campo, nem pelas vinhas, nem beber a água dos poços, mas ir somente pela estrada real. Edom recusou a passagem de Israel pela sua terra com ameaça de guerra. Edom era da descendência de Esaú. Seu pecado era um grande erro contra Israel e Deus. Leia Sl. 137:7 e Ob. 10-14.
A morte de Aarão. v. 23-29
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Israel viajou até o monte Hor depois de Edom recusar que eles passassem por sua terra, no monte Hor Deus revelou a Moisés e a Aarão que Aarão iria morrer ali e não entraria na terra de Canaã, "porquanto rebeldes fostes à minha ordem, nas águas de Meribá". Isto mostra que não foi só Moisés que pecou em 20:7-13, mas também Aarão. Note v. 12. Aarão tinha 123 anos de idade quando morreu (Nm. 33:39). O seu filho Eleazar se tornou o Sumo Sacerdote pela ordem de Deus.

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